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Foto do escritorTaylane Cruz

Memória, infância e afeto

Atualizado: 7 de mar. de 2021

Mostra de Cinema Negro de Sergipe celebra a infância


A EGBÉ deste ano tem como proposta a celebração da memória afetiva. Narrativas sobre o resgate de nossas memórias afetivas têm ganhado cada vez mais espaço, pois, além da reconstrução de uma memória histórica, cineastas negres têm buscado recompor esse lugar simbólico que tanto nos humaniza: os recortes da nossa vida afetiva compostos pelas experiências da infância. Mas aqui a infância ganha destaque no que de mais vívido possui. Sabemos que crianças pretas sempre foram e continuam sendo os alvos prediletos de balas perdidas. Através da arte podemos mudar a direção do alvo. Pois essas crianças têm muita vida para além das estatísticas. Não permitiremos que sejam apenas números. Elas estão no álbum de família de alguém e, por essa razão, desejamos celebrar as narrativas que trazem os registros caseiros, as fotografias, os vídeos enquanto imagens que podem abastecer nossa memória fundindo-a com a nossa história.


Abrir o álbum de família ou arquivos em vídeo e poder se reconhecer nos seus, ali nos aniversários de infância, nos encontros de família regados à fartura, como bem traz Yasmin Thayná em seu filme "Fatura", nos batizados, nas festinhas dos vizinhos, nos preenche de afeto, pois compõem o retrato de momentos felizes e acolhedores de famílias pretas que marcam a nossa trajetória. Momentos de amor. Imagens de cura.


Em 2021, queremos celebrar esses momentos, pois eles existiram, existem e são possíveis. Ressignificar o lugar dessa memória aproximando-a das nossas vivências como um legado poderoso que nos faz narrar, criar, curar e seguir. Desejamos celebrar uma infância preta de alegrias, experiências afetivas, brincadeiras na rua, aconchego na mesa de casa durante o lanche da tarde, o pique-esconde, as bricnadeiras na casa da avó. Queremos celebrar a criança preta que fomos e que somos, pois ela vive em nós. Queremos celebrar as crianças pretas de todos os álbuns de famílias. E honrar as que vivem nesses álbuns apenas como a lembrança de um mundo que fez delas o alvo. Mudaremos o alvo dessas narrativas!


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2 comentarios


Gabriela Melo
Gabriela Melo
14 mar 2021

ain 😍

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lucianacomunicacao0
14 mar 2021

Que maravilha

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